quarta-feira, maio 14, 2014

Uma mensagem da orla do deserto

Ontem fizeram-me lembrar que tinha este blogue.
Tenho feito alguma travessia no deserto, por variadas razões e ainda não sei que uso dar de futuro a este blogue.
Mas ... razões hoje não faltam, responsabilidades de intervenção ... urgem.

"Toda a verdadeira ressureição do povo, todo o esforço sério de o elevar à dignidade humana se têm de fundar nas próprias energias populares; só é segura a construção que é feita pelo povo: o dever dos outros é dar-lhe as possibilidades económicas, intelectuais e morais para que leve a cabo a tarefa que o há-de redimir."
Agostinho da Silva, in A vida de Pestalozzi, 1938

terça-feira, janeiro 31, 2012

A Reforma Curricular

Contributo para a Revisão Curricular – Jan 2012
A oportunidade de revisão da estrutura curricular, é urgente dada a crise civilizacional em que vivemos e o tempo que é necessário para que qualquer modelo dê os seus frutos (Na China existe a noção clara de que para formar completamente são precisos 100 anos) e ao mesmo tempo critica para reverter o declínio da qualidade da formação académica e preparação para o desenvolvimento da sociedade (A China produz todos os anos cerca de 25000 Engenheiros que competem com, e, facilmente suplantam os produtos dos sistema educativo ocidental, em qualidade e disciplina de estudo e trabalho). Este é o principal dilema e objectivo de reacção com que nos enfrentamos como País, que não tem recursos naturais dos quais possa viver – só temos a massa cinzenta e o Mar).
O sistema educativo mundial está também em competição acelerada para o empreendedorismo dada a escassez de recursos naturais e financeiros que suporte o crescimento da população mundial – e não se pode negar a qualquer ser humano a aspiração à melhoria da qualidade de vida.
Para não adiantar muito no enquadramento, resume-se que Portugal e o seu sistema educativo está e deve ter presente na cabeça de todos os seus agentes e decisores, esta forte pressão competitiva.
Esta pressão competitiva não deve contudo levar-nos a desvirtuar a matriz civilizacional do Ocidente e neste postulado é muito importante a manutenção, defesa e exigência dos conteúdos e métodos pedagógicos na área de humanidades e o verdadeiro respeito pela NOSSA cultura ao longo de todos os níveis de ensino. Até porque serão os aspectos civilizacionais e não os económicos que na altura certa, servirão de agente de equilíbrio entre os restantes poderes.
Neste macro enquadramento, como olhar para a oportunidade da revisão curricular?
Lamentavelmente estamos mais uma vez a dedicar-nos a uma ferramenta, a um pormenor, sem primeiro definirmos os objectivos a atingir – para então depois o fasearmos, de seguida vermos com que ferramentas cumprimos cada fase, quem são os responsáveis pela execução das suas fases e actividades, em que horizonte temporal e depois quais os mecanismos de controlo e ajustamento da sua evolução face ao objectivo e a evolução do exterior que não controlamos.
Como ferramenta, esta até nem é a ferramenta educativa mais prioritária a que deveríamos dedicar atenção – a mais importante são os programas que devem ser desenhados do fim (Licenciatura/Doutoramento/Curso Técnico) para o inicio (1º Ciclo ou mesmo pré-primário), a par da revisão da estrutura de manuais e autonomia escolar para a elaboração de compêndios adicionais, de apoio e reforço aos programas nacionais – não numa lógica de negócio local mas apoio social às famílias, ajustamento dos programas nacionais à realidade social de cada escola, ao sucesso académico que se pretende o maior e mais abrangente possível e a saudável e necessária competição inter-escolas.
A pretexto da revisão dos programas e manuais, anexo texto de quem mais sabe do que este Pai interessado – um professor: 
Vamos então á revisão curricular.
Começo por uma nota positiva sobre a proposta efectuada pelo Ministério da Educação, a supressão de disciplinas/carga horária na área das novas tecnologias sem grande valor acrescentado para o referido sucesso académico porque:
- maioritariamente eram desfasadas da realidade social – (necessidades individuais de alguns ou vários alunos / regiões do País, em ferramentas e skill’s informáticos deverão ser alvo de apoio adicional a elaborar pelas escolas, decidindo caso a caso, se em regime extra currículo ou integrado num plano de turma e apoio interdisciplinar) e;
- estes objectivos deviam ser parte integrante dos programas e métodos pedagógicos das disciplinas nucleares.
Outra disciplina que no objectivo era louvável – educação par a cidadania, na prática, a mesma é muitas vezes usada para tentar resolver os problemas de indisciplina da turma, que um inexistente e verdadeiro código disciplinar escolar devia resolver (um código único que abranja, alunos, Pais, Professores, gestores e auxiliares e técnicos de apoio). Outras vezes é usada como tempo lectivo remunerado usado para reforço de matéria não dada em alguma disciplina nuclear ou que necessite de reforço.
A sua supressão é pois justificável, se os objectivos que nortearam a sua criação, forem enquadrados na revisão dos programas (a fazer) e se os problemas que na prática ela estava a tentar resolver, forem resolvidos pelas ferramentas, processos e responsabilidades que deviam estar a resolve-los.
Quanto à distribuição de tempos da proposta de revisão curricular, é difícil ser responsável na elaboração de uma proposta consequente sem a necessária reanálise dos programas.
Contudo há algo que se pode apontar como falha neste programa e que se resume a um dito antigo – “corpus sanus in mente sanus”. Cuidar do corpo e da mente, para além da aquisição de conhecimentos. E em todos os sistemas educativos eficientes no seu funcionamento e eficazes no que respeita ao sucesso de um povo, levam bastante a sério a componente de formação física e formação crítica e argumentativa.
A componente de formação física está directamente associada a criação de condições de saúde e atitudes mentais face ao esforço e disciplina que são necessárias para se atingir também os objectivos académicos. É uma disciplina em que mais do que os movimentos e modalidades que se executem, se deve dar primazia a criação de atitudes individuais e cívicas, social e academicamente desejadas.
Outra metade, é a criação de métodos e práticas de pensar antes de falar, analisar para depois criticar, estruturar ideias para depois argumentar.
Ora o que se vê é uma falta de apoio à componente de educação física (e não é forçoso que sejam necessários investimentos em infra-estruturas, se se privilegiar a aquisição de atitudes e não a execução de modalidades) e a continua desistência da filosofia.
E mais uma vez, a pretexto da filosofia no ensino oficial, anexo dois textos de quem mais sabe do que este Pai interessado – os professores:
Defendo a inclusão da Filosofia na estrutura curricular, desde o 2º ciclo e o desenho de protocolos de actividades a desenvolver na 2ª metade do 1º Ciclo.

domingo, dezembro 25, 2011

A todos

A Cristãos das mais variadas igrejas, a muçulmanos nas suas varias divisões, a judeus onde quer que andem, a Taoístas, Confucionistas, Budistas e Hinduístas do outro lado do planeta, a todos corre o sangue nas veias, a memória dos antepassados os formata, o futuro dos seus filhos os angústia, a todos a tristeza e a alegria é conhecida, a todos é exortado o bem e a sua prática, a todos o desejo de um bom futuro a começar .... agora.
Bom Natal e Feliz 2012

Quando os homens bons se reúnem....

Um homem pela humanidade


Um homem por um projecto de paz e desenvolvimento
 

Um homem por um ideal politico e social
 

A crise politica e de falta de rumo para a Europa II

João Paulo II, dirigindo-se à Europa afirmava:

“Não temas! O Evangelho não é contra ti, mas a teu favor. Confirma-o a
constatação de que a inspiração cristã pode transformar a agregação política, cultural e
económica numa convivência onde todos os europeus se sintam em casa própria e
formem uma família de nações, na qual se possam frutuosamente inspirar outras
regiões do mundo.” (Exortação apostólica Ecclesia in Europa, 121)

sábado, dezembro 24, 2011

A crise politica e de falta de rumo para a Europa

"Nesta viragem do milénio, em que a dependência externa da Europa em segurança, em reservas de energia, em matérias-primas, em supremacia estratégica, aprofunda a meditação sobre a opção por uma forma de governo, não necessariamente imitativa da experiência americana, não deve, todavia, perder-se de vista essa experiência, designadamente se a unidade ocidental exigir o reforço da solidariedade passada, sem perder o sentido das identidades.
(...)" - Adriano Moreira, in Prefácio a "Federalismo - das raízes americanas aos dilemas europeus"

A reforma curricular

Está em curso a reforma curricular, no presente momento aberto à discussão pública.
Pergunto:
- Só os do meio e do eduquês irão participar, ou a sociedade também se irá envolver?
- Alguém reparou na perpetuação de uma despreocupação com a Filosofia e com a arte de reflectir?
- Alguém se preocupa na escola com a aquisição de capacidades argumentativas e de discussão de ideias?

Fado do retornado

É longe a vida que se sonha
um sentido pelo tempo em que se vivia
A terra vermelha e o sol forte
que com humidade ou secura
nos fez amar a vida com fartura

São tristes as lembranças do adeus
É dolorosa a saudade de voltar e não conseguir
São lembranças, são amores, é fado luso, é fado africano

É nunca estar na terra nossa, porque nossa é sempre outra terra
É ser sempre afastado, agredido por amar mais do que uma terra
É este o fado luso, é este o fado africano, é este o fado de amar
mais terra que a um homem é permitido
É fado, é fado luso-africano

terça-feira, agosto 23, 2011

Nada se inscreve quando tudo se deve inscrever

Estamos perante tempos em que a desgraça é muito fácil e produtiva, principalmente para quem até a poucos meses a negava e ganhava negando-a. Hoje são os mesmos que ocupam os espaços televisivos. Não há sanção ou penalização possível de aplicar neste País. “Nada se inscreve” na moral e acção deste povo. Passamos adiante sem tirar as devidas análises e responsabilidades pelo estado a que chegámos – porque a ninguém interessa. A uns que ganharam com esse caminho, a outros que não o viram mas não querem reconhecer a sua incompetência, outros porque ainda esperam que algo continue a “pingar”, outros (e muitos) por medo que “deixe de pingar”.
Onde andam os intelectuais? Envergonhados, certamente, os mais conscientes.
Onde andam os poetas? A escrever textos publicitários, provavelmente, ou a publicar livros ocos de consciência cívica e patriótica.
Onde andam os jornalistas? Nunca se fabricaram neste País.
Onde andam os dramaturgos? A escrever telenovelas.
Onde andam os Juízes? Com medo que lhes aconteça algo equivalente ao que está a acontecer a Baltasar Garzón. Entretêm-se com o recibo do ordenado e a qualidade do lápis, do texto e do papel, para não olharem pela qualidade da democracia.
Onde anda a consciência deste País? Sempre distraída e sempre a permitir a repetição das desgraças deste Povo.
Onde anda a consciência deste Povo? Nos corredores do shopping-center, nas negras telenovelas do Futebol, nos ecrãs das telenovelas e reality-shows, e mais uma vez na angústia de esticar a “jorna” até ao final do mês, porque assim permitiu, porque mais uma vez escolheu deixar-se enganar pelos vendedores das árvores das patacas, dos ouros do Brasil… e mais uma vez acabou, e muito pouco deixará para as futuras gerações.
O que fazer? Cada um a sua parte, gastando menos do que tem, trabalhando mais do que deve, preocupando-se mais com o outro e com a comunidade, exigindo mais e reclamando menos.

quarta-feira, julho 20, 2011

Levar o pobre à prosperidade

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.
Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.
O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.
Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação".
Adrian Rogers, 1931

Um beneficio terá de estar sempre compensado por um custo, um direito terá de ser sempre obtido após o cumprimento de um dever, e a compaixão - único valor que nos impede de criar uma sociedade animalesca, é devida mas deve ser temporalmente limitada.

Estas devem ser as regras básicas de gestão de uma sociedade e da acção de cada um de nós na mesma. No meu entender, estas regras são a própria essencia da práctica da verdadeira cidadania.