domingo, dezembro 25, 2011

A todos

A Cristãos das mais variadas igrejas, a muçulmanos nas suas varias divisões, a judeus onde quer que andem, a Taoístas, Confucionistas, Budistas e Hinduístas do outro lado do planeta, a todos corre o sangue nas veias, a memória dos antepassados os formata, o futuro dos seus filhos os angústia, a todos a tristeza e a alegria é conhecida, a todos é exortado o bem e a sua prática, a todos o desejo de um bom futuro a começar .... agora.
Bom Natal e Feliz 2012

Quando os homens bons se reúnem....

Um homem pela humanidade


Um homem por um projecto de paz e desenvolvimento
 

Um homem por um ideal politico e social
 

A crise politica e de falta de rumo para a Europa II

João Paulo II, dirigindo-se à Europa afirmava:

“Não temas! O Evangelho não é contra ti, mas a teu favor. Confirma-o a
constatação de que a inspiração cristã pode transformar a agregação política, cultural e
económica numa convivência onde todos os europeus se sintam em casa própria e
formem uma família de nações, na qual se possam frutuosamente inspirar outras
regiões do mundo.” (Exortação apostólica Ecclesia in Europa, 121)

sábado, dezembro 24, 2011

A crise politica e de falta de rumo para a Europa

"Nesta viragem do milénio, em que a dependência externa da Europa em segurança, em reservas de energia, em matérias-primas, em supremacia estratégica, aprofunda a meditação sobre a opção por uma forma de governo, não necessariamente imitativa da experiência americana, não deve, todavia, perder-se de vista essa experiência, designadamente se a unidade ocidental exigir o reforço da solidariedade passada, sem perder o sentido das identidades.
(...)" - Adriano Moreira, in Prefácio a "Federalismo - das raízes americanas aos dilemas europeus"

A reforma curricular

Está em curso a reforma curricular, no presente momento aberto à discussão pública.
Pergunto:
- Só os do meio e do eduquês irão participar, ou a sociedade também se irá envolver?
- Alguém reparou na perpetuação de uma despreocupação com a Filosofia e com a arte de reflectir?
- Alguém se preocupa na escola com a aquisição de capacidades argumentativas e de discussão de ideias?

Fado do retornado

É longe a vida que se sonha
um sentido pelo tempo em que se vivia
A terra vermelha e o sol forte
que com humidade ou secura
nos fez amar a vida com fartura

São tristes as lembranças do adeus
É dolorosa a saudade de voltar e não conseguir
São lembranças, são amores, é fado luso, é fado africano

É nunca estar na terra nossa, porque nossa é sempre outra terra
É ser sempre afastado, agredido por amar mais do que uma terra
É este o fado luso, é este o fado africano, é este o fado de amar
mais terra que a um homem é permitido
É fado, é fado luso-africano

terça-feira, agosto 23, 2011

Nada se inscreve quando tudo se deve inscrever

Estamos perante tempos em que a desgraça é muito fácil e produtiva, principalmente para quem até a poucos meses a negava e ganhava negando-a. Hoje são os mesmos que ocupam os espaços televisivos. Não há sanção ou penalização possível de aplicar neste País. “Nada se inscreve” na moral e acção deste povo. Passamos adiante sem tirar as devidas análises e responsabilidades pelo estado a que chegámos – porque a ninguém interessa. A uns que ganharam com esse caminho, a outros que não o viram mas não querem reconhecer a sua incompetência, outros porque ainda esperam que algo continue a “pingar”, outros (e muitos) por medo que “deixe de pingar”.
Onde andam os intelectuais? Envergonhados, certamente, os mais conscientes.
Onde andam os poetas? A escrever textos publicitários, provavelmente, ou a publicar livros ocos de consciência cívica e patriótica.
Onde andam os jornalistas? Nunca se fabricaram neste País.
Onde andam os dramaturgos? A escrever telenovelas.
Onde andam os Juízes? Com medo que lhes aconteça algo equivalente ao que está a acontecer a Baltasar Garzón. Entretêm-se com o recibo do ordenado e a qualidade do lápis, do texto e do papel, para não olharem pela qualidade da democracia.
Onde anda a consciência deste País? Sempre distraída e sempre a permitir a repetição das desgraças deste Povo.
Onde anda a consciência deste Povo? Nos corredores do shopping-center, nas negras telenovelas do Futebol, nos ecrãs das telenovelas e reality-shows, e mais uma vez na angústia de esticar a “jorna” até ao final do mês, porque assim permitiu, porque mais uma vez escolheu deixar-se enganar pelos vendedores das árvores das patacas, dos ouros do Brasil… e mais uma vez acabou, e muito pouco deixará para as futuras gerações.
O que fazer? Cada um a sua parte, gastando menos do que tem, trabalhando mais do que deve, preocupando-se mais com o outro e com a comunidade, exigindo mais e reclamando menos.

quarta-feira, julho 20, 2011

Levar o pobre à prosperidade

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.
Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.
O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.
Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação".
Adrian Rogers, 1931

Um beneficio terá de estar sempre compensado por um custo, um direito terá de ser sempre obtido após o cumprimento de um dever, e a compaixão - único valor que nos impede de criar uma sociedade animalesca, é devida mas deve ser temporalmente limitada.

Estas devem ser as regras básicas de gestão de uma sociedade e da acção de cada um de nós na mesma. No meu entender, estas regras são a própria essencia da práctica da verdadeira cidadania.

terça-feira, abril 26, 2011

Pensar ou engordar?

Texto recebido em mail tipo “corrente”

“OBESIDADE MENTAL
O prof. Andrew Oitke publicou o seu polemico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.
Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.
- «Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada.
Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.»
- Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.
As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas.
Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.
Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema.
Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»
O problema central está na família e na escola.
- «Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate.
Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados,videojogos e telenovelas.
Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção...
é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.»
Um dos capítulos mais polêmicos e contundentes da obra, intitulado
"OsAbutres", afirma:
«O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas.
A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.»
O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polêmico e chocante.
«Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.»
Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.
- «O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades:
- Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy.
- Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve.
- Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê.
- Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto».
As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.
- «Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência.
A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil...paradoxal ou doentia.
Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.
Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam.
É só uma questão de obesidade.
O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos.
O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos.
PRECISA SOBRETUDO DE DIETA MENTAL.
Texto – Prof. Andrew Oitke”

Fim de citações e cópias.
Parece que nem autor nem livro acima referido, tenham alguma vez existido.
Este facto associado ao conteúdo deste mail tipo “corrente” que circula na Net, permite-se a muitas interpretações, em que a forma (honestidade e intenção) e o conteúdo se confirmam e se desmentem…. no meu ver, confirmam-se mais do que se desmentem.

quinta-feira, abril 21, 2011

Os Mega Agrupamentos e o Provincianismo Amoral

"Sucede, porém, que a grande maioria das instituições de ensino, tanto oficiais como particulares, lutam com a dificuldade de obtenção de material, dificuldade que  muitas vezes, por falta de um organismo centralizador destes serviços, vai mesmo à impossibilidade."
Bento Jesus Caraça - Artigo assinado, em O Século, Ano 49º, nº16846(31 Jan), Lisboa 1929, p.2.
Os Mega Agrupamentos têm lógica numa preocupação pela gestão eficiente, eficaz e consciente dos tempos e prioridades que vamos ter que enfrentar. Os Mega Agrupamentos fazem mais sentido e razão que a razão das "quintas" e "capelinhas", dos pequenos poderes que se sentem ameaçados, porque deixam de ser aquilo que são "somente pequenos e narcísicos poderes".
Mas os Mega Agrupamentos também podem ser uma monumental trapalhada se mais uma vez uma boa ideia não for consistente e resistente pela e na sua organização, planeamento, atenção as variáveis organizacionais e respeito pelas responsabilidades e independências pedagógicas, como quase todas as ideias que nos últimos anos têm nascido na 5 de Outubro.

segunda-feira, abril 11, 2011

Cidadania e participação politica

Sempre que um cidadão não pertencente a um Partido, resolve aparecer no palco político, pergunta-se - Há espaço para a participação cívica fora dos partidos? Claro que há sempre espaço para a participação cívica, desde que o cidadão assim o deseje e tenha razões e não estratégias oportunistas e fogachos na sua acção.
Se em sociedades ditatoriais vão acontecendo revoluções decorrentes da mobilização civil porque não haverá espaço em Portugal? Mas os portugueses terão vontade? Haverá suficiente número de portugueses com arrojo consistente ou não mais do que a cultura do individualismo? Há participação nas associações de Pais, de moradores, de colectividades? Ou não é verdade o constante sacrifício dos poucos que têm iniciativa cívica, sacrificados quer pela falta de apoio, quer pela constante exposição à inveja e gratuita e fácil calunia?
Só mudará alguma coisa, quando cada um assumir a sua responsabilidade no destino do todo - do bairro, da associação, da colectividade, do País.

domingo, março 13, 2011

Geração à Rasca - A manifestação

Ontem provou-se que muito dificilmente podemos contar com quem vive do sistema para honestamente acompanhar a sociedade e servir de arauto do comum dos cidadãos - sejam jornalistas, certo tipo de politicos e sem somre de duvidas, a totalidade dos comentadores residentes em todos os canais televisivos e da escrita.

Estiveram várias gerações, várias sensibilidades, vários grupos, todos integrados.
Um mar de gente, que estava ali por descontentamento, mas ao mesmo tempo feliz porque finalmente se sentia pertença e não sozinho no sofrimento da(s) crise(s).

Houve uma sensação de uma reclamação, mas não dirigida;
Houve uma reclamação não consequente porque não orquestrada.
Mas houve a sensação de que afinal é possível, afinal há energias neste povo, talvez seja possivel fazer acordar estas energias, que pelo civismo demonstrado ontem, podem ser construtivas, assim quem de direito preste atenção ao que ontem se passou, a alternativa tambem poderá acontecer... e quem lá esteve ontem, viu que afinal tambem é possível.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

A saúde mental dos Portugueses - uma reflexão livre

Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21



Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos

ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família.

Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso

Médico psiquiatra

O Modelo Civilizacional Europeu e o Sistema Nacional de Saúde

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

A cultura e a arte na educação

Com este artigo não pretendo teorizar sobre estudos e postulados; pedagogias e defensores da arte no sistema de ensino; ensaios sobre artes maiores e artes menores.
Pretendo sim iniciar uma reflexão sobre a necessidade da arte e cultura como veículo de enriquecimento do cidadão de amanhã. A arte como experimentação da liberdade de ser, de pensar por si, de se afirmar, de argumentar, de se impor pela razão e pela palavra e não pela força e pelo punho.
Falo da arte e cultura nas escolas para além das visitas de estudo a estruturas artísticas (museus, palácios) e eventos culturais (teatros infantis). Falo da arte e cultura vivida dentro da escola, como factor de orgulho individual da criança e integração social das suas diferenças.
A arte e cultura nas escolas como práticas de desenvolvimento e descoberta individual – a obra literária, a escultura, a pintura, a retórica, os grupos de teatro escolar, os grupos de música da escola.
Vivemos uma era onde a tecnicidade é um factor preponderante e inultrapassável, mas a excelência da educação – como formador de um bom cidadão, só é atingida por uma educação nas artes, no desporto e na filosofia.
A cultura grega, berço cultural da civilização ocidental, acreditava que a sua cidade – estado iria tornar-se a mais forte se cada menino desenvolve-se integralmente as suas aptidões.
Na escola grega, “ o homem forma-se segundo um crescente domínio de si, pela libertação de seus instintos, desejos e paixões, que devem ficar submetidos à razão. Para alcançar tal ideal propõe a ginástica, para desenvolver o corpo (nós estamos a caminho de reduzir o empenho no desporto escolar), e a música, com a leitura e o canto das obras dos grandes poetas, para o espírito (nós com uma estratégia de colocar a filosofia em agonia, o ensino da história desconexada de uma mensagem civilizacional e o ensino minimalista do português e dos seus vários autores criando uma perda de identidade como povo). Esse programa educativo tratava de desenvolver no homem a qualidade da temperança e que implicava um perfeito domínio de si, aliado à sabedoria.”
Esta escola que espelha um ideal de formação do homem em suas várias esferas (social, politica, cultural e educativa), a Paidéia – esta palavra não pode ser traduzida como educação, pois significa mais do que isso, significa também cultura, instrução e formação do homem. É colocar o homem a par de todo o conhecimento necessário para a harmonia consigo próprio e com a comunidade ao seu redor.
A encruzilhada civilizacional que vivemos, exige processos críticos, criativos e humanistas, só possível com uma educação completa que forma cidadãos completos, para agentes criadores e condutores de mudanças. O homem como centro mas ao serviço da comunidade e da sua variedade, é o desafio que a escola do séc.XXI deve vencer, sem descorar o conhecimento técnico e científico, também ele carente de imaginação, criatividade, liberdade e razão.
Precisamos também de uma escola que reintroduza os valores produtivos do passado; valores de trabalho, esforço, mérito, persistência, objectivos e metas individuais e colectivas.
Precisamos de uma nova cultura de identidade - não saudosista nem renegada do nosso passado mas uma identidade global, dando e tomando conhecimento e partilha, com e do outro, com integração e transmissão intergeracional, incentivadora de produtos culturais (textos, esculturas, peças de teatro, musicas, etc.) e que aceite sempre a dúvida e a critica, mas também a decisão e a coragem, para irmos evoluindo.
Estarão preparados os currículos de cada nível de ensino, de formação do magistério primário e das escolas superiores de educação, para atingirmos este objectivo? Terá a lógica corporativa dos vários agentes educativos, espaço para pensar e agir abnegadamente a bem geral, sem ser só na defesa de estatutos, regalias e vencimentos? Estará a comunidade educativa pronta para exigir uma nova arquitectura do aparelho público responsável pela educação dos Portugueses?