sexta-feira, setembro 09, 2005

"O Katrina, para quem gosta de interpretações mais cabalísticas destas coisas, será um sinal de Deus aos americanos para que começam a olhar para o que se passa dentro das suas fronteiras, esquecendo por um bocado os seus ímpetos militaristas no exterior. Mas como vivemos dentro dos parâmetros do racional cartesiano, o Katrina foi, quanto mais não seja, uma terrível catástrofe natural que nos fez olhar de outra forma para os Estados Unidos da América e descobrir que por debaixo de uma fina máscara de modernidade e até de algum «glamour», está apenas um país de pobres e ao nível do que pior se encontra no Terceiro Mundo. Bye bye, América. O mundo merece outros donos."

José Diogo Madeira, no Jornal de Negócios .

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A opinião do Sr. José Diogo Madeira, merece-me um comentário simples em género de questão e pedido de reflexão:
Quem acha que estará melhor preparado para assumir a liderança do Mundo? A China imperialista e com um padrão de valores totalmente distintos do Ocidental incluindo sobre os dos direitos dos cidadãos e da Autonomia dos Povos? A Rússia debilitada internamente por décadas de um modelo económico e social destrutivo das estruturas sociais necessárias para lutar num mundo como o de hoje? A Europa cheia de hipocrisias Sociais e Politicas, Internas e Externas e de individualismos de supremacia sobre os demais? Quem?
Ao contrário da opinião doutrinária e politicamente correcta, o Mundo Social tem uma evolução lenta, marcada pelo sofrimento dos povos e por revoluções, onde, ao longo dos tempos, a satisfação das aspirações dos povos é atingida pela execução de objectivos estratégicos, que não mais têm como finalidade que aumentar o seu poder. Poder sobre recursos e poder sobre os outros.
Com esta realidade, e em honestidade, cabe-nos escolher o lado pela experiência e provas dadas. Por esse facto, não sendo pró-americano, sou americano, repito – não sendo pró-americano, sou americano - e prefiro que se mantenham como líderes do Mundo.
No final do Séc. XIX, inicio do Séc. XX, estivemos perante graves crises Sociais e económicas associadas a ambições de poder de blocos Políticos. Agora, no final do Séc. XX inicio do Séc. XXI, estamos com padrões semelhantes, agravados com o que poderá vir a ser um choque de Civilizações. Não estar consciente dos potenciais perigos, de modo racional, paga-se sempre muito caro. É a minha muito modesta e descomprometida visão das coisas.

sexta-feira, setembro 02, 2005

quinta-feira, setembro 01, 2005

Para onde caminha este nosso País?(1)

Questões para reflexão e debate face ao sentimento por cada uma das àreas.
Para onde caminha este nosso País?
- Se mais de metade dos alunos do secundário, não consegue acabar os seus cursos com aproveitamento, e não se responsabiliza quem desenhou os planos e guias pedagógicos e educacionais para os vários níveis de ensino. Se se prefere continuar a responsabilizar o antigo senhor pelo atraso deste povo em conhecimentos, cultura, amor ao acto de aprender e fibra para enfrentar as dificuldades ( só se pode exigir - se lhes for dado. Mas tem que se exigir e ao mesmo tempo premiar o excepcional e não a mediocridade);
- Se o património histórico e cultural deste país com quase mil anos, continua por inventariar, deitado ao abandono e votado a actividades menos licitas, quando deveria estar dotado de um plano de controle central e gestão local, enriquecedor na variedade de experiencias culturais fornecidas a cada um dos cidadãos deste país;
- Se a educação continua a ser considerada uma ciencia, alienada da cultura e do desporto e do cumprimento de objectivos estratégicos, cientificos, tecnológicos, económicos e sociais para Portugal. Quando deveria ser considerada como a Gestão de recursos, no cumprimento de objectivos exigentes e a avaliação rigida de performance de todos os cidadãos intervenientes, no cumprimento de postulados e métodos cientificos e sociais;
- Se a Administração Interna se mantêm como uma coutada de múltiplos interesses corporativos e partidarios. Com uma estrutura de forças de fiscalização, policiamento e segurança aparentemente desactualizada na sua proficua variedade, descoordenação, competência e eficiência. Quando deveria estar preparada de modo a fazer face aos tempos actuais e preparada para prevenir os tempos futuros e dotada de meios que não envergonhem o Pais e quem serve nos referidos corpos policiais;
- Se a Justiça cada vez mais é para os ricos, dada a necessidade de bons advogados para se obter um bom e correcto acesso à justiça; pelo emaranhado de leis, interesses, ausencia de informação integrada e vontade de servir o mais humilde, acompanhada de aparentes e indicifráveis razões para a irracionalidade de alguns procedimentos;
- Se a Defesa está mais adequada a um País do Terceiro Mundo, não reestruturada e planeada para o Presente e Futuro. Pois mais uma vez há interesses coorporativos internos e externos, assim como um grosso bloqueio mental de certas forças politicas para encararem com serenidade e competencia, o real valor e necessidade de umas forças de Defesa e Segurança, dignas de um País que quer ser desenvolvido e acompanhar os Grandes, com o Bom senso da clareza da sua dimensão;
- Se a Saúde a Segurança Social e a Educação, bens incontornávelmente de acesso geral e público, se encontram mais uma vez entregues também a falsas politicas de melhoria e racionalização, que mais não aparentam ser que servir à mesa de interesses particulares e corporativos, o pouco que ainda há na despensa do bem público;
- Se todos os anos a área de floresta ardida é maior, sem que claramente se responsabilize criminal e politicamente. Sem que as estruturas de investigação judiciária neste país, sejam capazes de indentificar e acusar os grandes beneficiados com o crime quando é de origem criminosa (para cada crime há pelo menos um motivo e um beneficiado), sendo que tanto se justifica agora com a mão criminosa, incluindo politicos nas mais altas instancias no governo do país, e ano após ano, nada se vê fazer para eliminar tão grande e tenebrosa organização criminosa. Ou será que o crime é somente o mais comezinho e baixo de todos(se é possível no crime haver prémios de grandeza, competencia e desempenho); caracterizado pelas classes politicas, desde a central à local, passando pelas estruturas de prevenção e combate aos incendios e pelas actividades comerciais privadas, se envolverem em teias de corrupção e incompetência. SEM FALAR dos rios, das licheiras, das reservas, dos lençois freáticos, do mar, do ar, do ordenamento urbanistico, etc...;
- Se a estratégia que as elites portuguesas têm para o país, é o Turismo, o pacto de estabilidade e a mendicidade/um cargo, junto de Bruxelas. Quando deveriamos vê-los envolvidos na definição de planos estratégicos para o País a médio e longo prazo e sua integração com a aposta em postulados e critérios de exigência e excelência na Educação e Cultura, na Saúde, na Administração Interna, na Justiça, na Defesa e nos serviços prestados pelo Estado. A apoiar e catalizar o desenvolvimento cientifico e tecnológico, seleccionando segmentos de actividades de negócio que mundialmente nos catapultem para a diferenciação no futuro, intrinsecamente ligados à nossa natureza geográfica (o mar e as serras);
- Se a vida pública continua a ser considerada como uma forma de se servir e não de servir, de satisfação do ego afectivo e material dos seus intervenientes;
- Se nos dedicamos, todos, diariamente a deitar abaixo o vizinho, a falar mal e a culpar os outros pela nossa falta de coragem, preguiça e individualismo, em todas as nossa tarefas diárias;
- Se continuamos a considerar o trabalho como castigo e o planeamento, a definição coerente e sensata de regras, o seu escruploso cumprimento, uma práctica de gestão competente e completa (envolvendo as responsabilidades sociais), como caracteristicas admiráveis em outros povos;
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